Segmento reclama de uma possível maior oneração com a mudança, argumentando que emprega 75% da mão de obra nacional
Por Ana Carolina Diniz
02/03/2023 15h33
O setor de Serviços recuperou a queda na pandemia e cresceu 4,2% em 2022, acima do PIB, que ficou em 2,9% ante 2021. No entanto, assim como as projeções para o PIB, o setor já começa a dar sinais de desaquecimento este ano. A projeção da Confederação Nacional de Serviços é um crescimento de 1% este ano, com um primeiro semestre fraco e com algum tipo de recuperação no segundo semestre.
A grande preocupação do setor atravessa a inflação e juros altos e passa pela proposta de reforma tributária defendida pelo governo. Como em toda mudança, os setores reclamam de uma possível maior oneração, mas, no caso do setor de serviços, os interlocutores apostam na força do segmento para sensibilizar o governo: o setor emprega 75% da mão de obra nacional e representa 70% do PIB.
Segundo o presidente da Confederação Nacional de Serviços, Luigi Nese, com a criação de um patamar único para o IVA, o setor deixaria de pagar cerca de 4,65% sobre o faturamento para 25%.
Nese afirmou que já teve contato com membros do governo, mas ainda não participou de nenhuma reunião. Está apostando neste grupo de trabalho para discutir a reforma tributária criado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. A proposta levada pelo setor é a desoneração da folha de pagamento:
– Sem a desoneração da folha, não vejo condição de viabilizar a reforma tributária do jeito que está colocada. Se querem prejudicar um setor que está dando emprego e crescendo, teremos um problema seríssimo. É uma forma de suicídio: como vai prejudicar um setor que está andando, empregando, crescendo?